quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ENTREVISTA COM MARLOS COSTA


O político mais bem avaliado de São Gonçalo se lança candidato a deputado federal na intenção de trazer para a região leste metropolitana maior presença dos investimentos de Brasilia

Por Helcio Albano

Marlos de Araújo Costa, 39 anos, é advogado e está no seu segundo mandato como vereador em São Gonçalo. A sua primeira passagem pela Câmara se revelou uma grata surpresa para a cidade. Tanto que na eleição seguinte, em 2012, foi o único vereador reeleito que ampliou a sua votação (mais de 1000 votos) mesmo tendo no páreo 300 candidatos a mais que o pleito de 2008.

É recordista absoluto de leis aprovadas e de audiências públicas realizadas sobre os mais diversos assuntos importantes para o dia a dia da cidade. Dentre as suas conquistas para a cidade, está o código de zoonoses para o município e a TV Câmara, que mudou a relação entre sociedade e vereadores, porque agora tudo que é dito e apresentado passa na telinha do computador. 

É claro que não é só elogios ao nobre parlamentar, pois há nele um defeito incorrigível: é rubro-negro.  Condição, para este vascaíno que vos escreve, imperdoável...  

DAKI: Pergunta básica: por que ser candidato a deputado federal?

MARLOS: A região leste metropolitana tem um grande potencial humano, econômico e cultural  sub-aproveitado. Os investimentos públicos da União são concentrados na capital do estado, a cidade do Rio. A representação política da região leste fluminense é pequena e insuficiente. Durante esses seis anos como vereador acumulei experiência parlamentar para me sentir seguro e enfrentar esse desafio.

DAKI: Qual é o maior problema da região leste fluminense?

MARLOS: Olha, são tantos... Mas eu prefiro dizer que são problemas relacionados que formam esse todo caótico que vivemos. Por exemplo, a mobilidade urbana: não é possível insistirmos única e exclusivamente no modelo sobre rodas. É caro, poluente, lento. Todos os anos deixa-se de se somar ao PIB da região mais de R$ 4 bilhões com os problemas causados pelos engarrafamentos. O capital perde, o trabalhador perde mais ainda. Há casos em que o trabalhador joga no lixo 4 horas da sua vida só em deslocamentos. 

Isso não é nem um pouco racional. Falei antes do potencial da região. Temos a Baía de Guanabara que banha São Gonçalo e Itaboraí e não a aproveitamos como meio de transporte por barcas. Jà temos o financiamento para a linha 3 do metrô, mas não vemos empenho para que se torne realidade. Essas coisas geram angústia e inconformismo nas pessoas.

DAKI: Na educação, temos uma rede razoável na educação básica...

MARLOS: Sim, mas em compensação temos zero - ou muito próximo de zero - investimentos federais no ensino superior e no ensino técnico de qualidade. É uma região com 3 milhões de pessoas que conta apenas com a UFF em Niterói e o IFET em Neves. Temos que fazer uma reflexão profunda para o que queremos pra gente enquanto desenvolvimento.

Temos que dar oportunidade de formação mais qualificada para a juventude, e isso a gente faz levantando universidades, ampliando os campi das que já existem, criando novas unidades dos institutos federais de tecnologia (IFET). Uma boa formação triplica e até quadriplica a renda do trabalhador.

DAKI: E na saúde?

MARLOS: Não temos nenhum hospital federal de referência. Mais uma vez repito: os investimentos do governo federal estão na capital. Todos os hospitais estão lá. O INTO, o INCA, por exemplo; hospitais-referência em suas especialidades. Eles, há muito tempo, não dão mais conta da demanda.

DAKI: Na área da cultura, o que pode ser feito?

MARLOS: Historicamente a área da cultura sempre foi o patinho feio em qualquer administração de qualquer nível de governo. Isso começou a mudar a partir do primeiro governo Lula, com os ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira. É um desafio capacitar pessoas, coletivos e gestões públicas para a compreensão deste novo momento. 

DAKI: E essa insegurança toda, hein?

MARLOS: É urgente o aumento de policiais nas ruas. A nossa região é a que mais vem sofrendo nos últimos tempos. Vamos criar um canal de diálogo permanente com o governo do estado para monitorar as ações de combate à criminalidade.

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