segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

EXECUTIVA DO PSDB DERRUBA MICHEL PORTUGAL DA FASG

Michel Portugal
Disputa partidária interna interrompe trabalho desenvolvido por Portugal há dois anos na Fundação de Artes de São Gonçalo. Superintendente de Música Rafael Massoto sai junto

Por Helcio Albano

Os mundos político e cultural gonçalenses assistiram com surpresa a queda de Michel Portugal do comando da Fundação de Artes de São Gonçalo (FASG) nesta última semana. Por decisão quase unânime da executiva do partido que preside, o PSDB, Portugal deixa de acumular a presidência da Fundação e a Secretaria de Cultura e Turismo (SECULTUR). Com a decisão, Portugal continua secretário da SECULTUR, mas fica isolado no partido. O ex-vereador tucano José Antonio assume a presidência da FASG.

"Eu sou presidente do PSDB de São Gonçalo. No meu partido, infelizmente, não tenho a maioria na executiva. Em um belo dia, para minha surpresa, foi feita, no final de uma reunião uma votação me tirando a Fundação de Artes. Apenas um membro votou a meu favor, todos os outros membros votaram na minha saída: a vice-prefeita Mariângela, o secretário de Desenvolvimento Econômico Carlos Ney, o meu ex-subsecretário de Turismo, Max, o meu ex-vice presidente desta Fundação, Sr. Sérgio, o vereador do meu partido José Carlos Vicente, o ex-vereador José Antônio, o subsecretário do Carlos Ney, o Sr Vitor... Todos votaram contra minha pessoa. Então, com esta votação interna, perdi, não tive escolha", disse Portugal.

O superintendente de Música, Rafael Massoto, que implantou diversas iniciativas elogiadas em sua área, como o projeto Eletronaipe, também deixa a Fundação e segue ao lado de Michel Portugal na secretaria de cultura:

"O Rafael Massoto estava lotado na Fundação, e assim que soube do ocorrido me comunicou que não ficaria com o outro grupo, pois juntos fizemos um bom trabalho. Rafael pediu seu afastamento e eu o convidei para ficar comigo no Turismo e Cultura, ele aceitou", revela. 
A saída de Portugal da FASG compromete a continuidade dos projetos tocados pela equipe do agora ex-presidente da Fundação, que contaria só este ano com um orçamento de R$ 2,5 milhões. Na SECULTUR, o secretário contará com apenas R$ 144 mil, o que torna inviável manter o volume e o ritmo de investimentos desenvolvidos na área nos últimos dois anos:

"Em 2013 e 2014 nosso orçamento na fundação sempre deu banho no orçamento da Cultura. Mas uma pasta sempre dependeria da outra. Esse ano, por exemplo, temos um orçamento no Turismo e Cultura, tirando a folha de pagamento, de R$ 144 mil, e na fundação temos este ano 3 vezes mais que os outros anos, ou seja, um orçamento de R$ 2,5 milhões, fruto do nosso reconhecimento, respeito e trabalho, que conseguimos esse feito, mas fiquei triste de ter que engavetar todo planejamento para 2015. Triste isso, porque plantamos mas não vamos colher", lamenta.
Agora Michel Portugal espera um embate pelo controle do partido com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Ney, que foi quem articulou internamente a sua saída da Fundação. Ex-secretário de Cultura e ex-presidente da FASG no governo Aparecida Panisset, foi de Carlos Ney a ideia de acumular os comandos da secretaria e da Fundação assim que assumiu a pasta em 2009.

"Existe uma briga interna, mas respeito o Carlos Ney. Essa semana conversaremos para nos alinharmos. Tentaremos um diálogo para caminharmos juntos, caso ele queira. Minha vontade é o entendimento, mas se tiver que brigar, brigaremos com lealdade", finaliza.
Rafael Massoto

MASSOTO LAMENTA DECISÃO

Por Rafael Massoto

As decisões partidárias do PSDB são tomadas de forma interna em reuniões que eu nunca tive acesso. Não sou membro do partido, fui chamado por ser um ativista da música. O convite foi feito pelo Michel até então também presidente da FASG. Com a sua exoneração seria infidelidade eu continuar. Hoje entendo com tristeza que uma secretaria possa pertencer a um partido por acordos políticos como acontece no governo do estado e também no federal no que diz respeito aos ministérios.

E infelizmente uma fundação de arte administrada por quem não é da arte é complexo demais. Acredito que com essa decisão foi cortado um jequitibá centenário. Mas a sensação é de luto e não de guerra. É um fato consumado.

Vou permanecer ao lado no Michel e vamos trabalhar muito pela cultura ainda. O meu cargo é ligado à música e sinceramente depois do luto voltaremos mais fortes. 

Não posso falar mal da decisão do partido porque desconheço tudo que acontece dentro do PSDB. Infelizmente os cargos não são técnicos. É estranho, mas o fato está consumado e isso não me abala.

Aceitei mesmo lutar pela cultura em São Gonçalo pelo convite do Michel primeiramente e depois pelo instinto ativista. Sei que fiz pouco, queria ter feito muito mais. Não vou ficar magoado com ninguém. Porque não sinto culpa.

Não sou servidor do prefeito, mas sim da população. Sirvo ao povo e não ao seu governo. Revelo que votei no Professor Josemar. No segundo turno eu estava viajando e justifiquei. Eu torço até a favor que eles façam algo digno.Mas os cargos precisam ser ocupados por pessoas da área e atuantes.Sou e sempre serei servidor da população.

Não temo nem a tal classe artística que esperneia por falta de coragem de serem empreendedores, por não lutarem por si; me preocupo muito com a população e gosto dos artistas sérios, e não me preocupo com meia duzia que apenas quer promover o caos. Isso não me incomoda porque trabalho. Não sou um ônus para os cofres públicos, tenho certeza que sou um bônus.

Tô aqui pra servir a população, se assim for tentarei ainda uma sobrevida no governo.


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