quarta-feira, 16 de julho de 2014

MEMÓRIA DAKI: REVOLTA DA CACHAÇA

Quem mandou fechar a birosca mais cedo...

Cachaceiros do Gradim tomam o poder do Rio

 

Produtores de aguardente do bairro cruzaram a Baía em 1660 e bagunçaram o governo que havia proibido o comércio e a produção da “branquinha” no Brasil 


Poucos gonçalenses e um número ainda menor de gradinenses sabem que um dia o Rio de Janeiro foi nosso. Tudo por causa da “marvada” cachaça que Portugal então proibira, no século 17, a sua produção e o seu comércio no Brasil.

Coube a um fazendeiro e grande produtor de aguardente da região da Ponta do Bravo (Porto Velho, Pontal e Gradim), Jerônimo Barbalho, liderar um movimento que ficou conhecido como a “Revolta da Cachaça”, que teve início em novembro de 1660 e só terminou no ano seguinte, em 1661.



O então governador do Rio, Salvador de Sá e Benevides, de olho na grana dos alambiqueiros - que faziam fortuna com o tráfico de cachaça, principalmente para Angola - pressionou os representantes (deputados da época) a baixar uma cobrança em cima da riqueza dos fazendeiros. Tanto o império português, quanto o Rio de Janeiro, em particular, viviam uma séria crise de arrecadação.

Barbalho juntou uma rapaziada na praia do Cassinu e atravessou a poça com a idéia fixa de acabar com a tal cobrança do imposto, aproveitando a ausência do governador que fora para São Paulo, deixando no seu lugar o banana do seu tio, Tomé de Alvarenga que, com rabo entre as pernas, refugiou-se no mosteiro de São Bento com medo dos revoltosos.

Durante longos cinco meses Jerônimo Barbalho mandou no Rio de Janeiro; revogou a cobrança dos impostos e se entorpeceu com o poder. Isso, porém, custou-lhe a cabeça decapitada e dependurada em praça pública em abril de 1661.

A Revolta da Cachaça teve ecos em Portugal, que liberou a sua produção e comercialização. Ao mesmo tempo em que fez a família Sá e Benevides entrar em desgraça.

“Ô do balcão, desce uma aí e passa a régua...”  

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