quarta-feira, 3 de setembro de 2014

QUEM NÃO CONHECE ESSA TORRE?


Que bela obra terrena em nome do Divino...


Quem mora no Porto Velho ou Gradim, e vem de Niterói ou Itaboraí pela BR 101 logo tem a certeza que está em casa quando avista, imponente no alto do morro, a Igreja Nossa Senhora das Graças.

Construída à Rua Américo Ribeiro em terrreno doado por Cícero Machado, entre os anos de 1947 e 1953 em estilos neogótico e clássico, a paróquia, então vinculada ao vicariato da Covanca, toma vida própria e se insere permanentemente no cotidiano e na cultura dos bairros Porto velho, Gradim, Madama, Vila Lage e Vila Oriente. 

Uma fonte de água límpida surge no exato local onde seria construída a nova paróquia, atraindo pessoas de todos os lugares que a consideravam um milagre. Na pedra escura que sai a fonte foi instalada uma imagem de Nossa Senhora das Graças e está aberta a visitação de católicos e não católicos. Uma curiosidade: o sino da Igreja foi uma doação da Cia Metalúrgica de Neves e entregue na festa da padroeira em 27 de novembro de 1950.

Sob controle diocesano, a paróquia inicia em 1950 uma longa tradição comunitária com a criação de várias pastorais que se dedicavam ao ensino de música, culinária e leitura. As atividades eram realizadas no “Círculo Operário”, prédio da Igreja na Rua Comandante Ari Parreiras. O padre Geraldo de Vasconcellos foi quem organizou as obras na paróquia, embora desde 1949 tenham sido uma recomendação da Diocese de Niterói. Ele também presenciaria um triste acontecimento em 1957 que marcou profundamente a comunidade: um acidente de barco que matou duas pessoas quando retornava de Paquetá. O passeio fora organizado pelos paroquianos e por padre Geraldo.

Entre 1963 e 2003 a paróquia passa para o controle espiritual de frades franciscanos, transformando-se em referência da ordem dos capuchinhos em toda a região metropolitana do Rio de Janeiro. Os frades promovem diversas atividades com a comunidade. Dessa relação é aprofundada a “Ação Comunitária” que consistia em prestar assistência social aos paroquianos da igreja.  

Essa inserção dos franciscanos nos bairros da paróquia ia ao encontro das resoluções do Concílio Vaticano II de 1963 que, além de transformações litúrgicas nas celebrações das missas, entre elas voltar-se para os fiéis e eliminar o latim nos cultos, estava também a maior atenção aos problemas sociais como a pobreza e o analfabetismo. As ações sociais eram uma forma da igreja se aproximar dos problemas vividos pela sociedade daquele tempo.

Em 1978, outro acidendente. Dessa vez um incêndio que consumiu os móveis da casa paroquial e muitos documentos da igreja. Era um domingo, 7 horas da manhã. Por sorte, dia e horário de missa, o que levou as pessoas a ajudar no controle do fogo antes dos bombeiros chegarem.

Todos os anos, em 27 de novembro, é realizada a festa da padroeira que mobiliza todos os moradores do Porto velho, católicos ou não. Na semana da festa a Igreja fica toda iluminada, o sino toca às 18 horas em ponto e avisa que as barraquinhas com os quitutes preparados pelos paroquianos já estão prontas para receber os moradores. No domingo, último dia dos festejos, sobe ao céu o colorido dos fogos de artíficio lembrando que ano seguinte teremos mais festa e reflexão.

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