quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

PENSAR A CIDADE SUPERANDO DIFERENÇAS

Ele, Evanildo
Por Darc Freitas e Helcio Albano

Evanildo Barreto é uma das personalidades gonçalenses mais atuantes da cidade. Presidente da Associação Comercial, presta consultoria para empresas e poder público sobre as possibilidades de investimento no município e correção de rumos no presente e para o futuro.

Nesta entrevista fala de Comperj, Arco Metropolitano e necessidades de sanar problemas nos serviços públicos, além, é claro, de se formar um grande pacto pelo desenvolvimento da cidade. Atualmente preside o Rotary cumprindo o período 2014-2015.

Jornal Daki
Para alguns SG passa por um momento de grandes oportunidades econômicas como há décadas não se via. Você compartilha desta visão?

Evanildo BarretoPenso que a janela de oportunidades econômicas para São Gonçalo se abriu entre 2004 e 2006, com o advento da estabilização econômica nacional. Essa janela se consolida com o anuncio da construção do COMPERJ. A cidade começou a se preparar com algumas politicas públicas estruturantes, entre elas destaco o plano diretor da cidade, a abertura de um condomínio industrial em Guaxindiba a seção do terreno para a construção do Centro de Inteligência do COMPERJ (assim ele seria chamado na época), ou seja, teríamos legislação, espaço para desenvolvimento industrial e para formação. Mas o COMPERJ não foi o prometido e muito certamente não será. Mas ainda acredito que com a finalização do Arco Metropolitano, estamos muito perto dele, teremos dividendos econômicos e sociais impactantes na cidade.
Nossa cidade tem seu destaque estratégico na região Leste Fluminense. Claro que precisamos de maiores investimentos em educação infantil, básica e superior na cidade. Carecemos de melhor infraestrutura em saúde, principalmente na área da alta complexidade. Na mobilidade urbana, precisamos urgentemente de transporte sobre trilhos. Penso que devemos abrir maiores vias entre os bairros de Jardim Catarina e Trindade, melhorar os acessos entre Alcântara e Santa Isabel, ou seja, oferecer acesso rápido para quem transita na cidade. Mas também acredito que o chefe do executivo precisa ampliar o diálogo com os prefeitos das outras cidades da região. Buscando implantar verdadeiramente os consórcios em saúde, educação e transportes.
A conurbação entre as cidades de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e Maricá é uma realidade cada dia mais evidente. Existem lugares onde não sabemos quando começa São Gonçalo ou a cidade vizinha. Precisamos pensar ações em conjunto. E já que falamos em pensar, acredito que precisamos colocar de lado nossas diferenças, sejam quais forem, ideológicas, de credo, todas as diferenças e pararmos para pensar a cidade, principalmente a cidade que queremos nos próximos 30 anos

O Comperj não será nem de longe o que foi planejado, pelo menos agora. de que forma isso pode impactar São Gonçalo?

Se os gestores públicos não identificarem as potencialidades e vocações econômicas da cidade e trabalharem fortemente com essas informações, poderemos ter um cenário sombrio pela frente. Mas ainda assim acredito na mobilização das instituições e da sociedade civil organizada para ajudar a reverter esse possível quadro. Já estamos no caminho e trabalhando preventivamente.

Que boa notícia o você daria para o gonçalense em 2015? Apontaria um caminho?

Não sou um adepto da receita de “boas noticias” como ferramenta de estímulos, mas aponto que o momento é oportuno para utilizar-se de muita prudência, observação nas despesas pessoais, planejamento na vida pessoal, profissional e ou comercial e principalmente a busca por informação, conhecimento e especialização naquilo que desenvolve ou quer desenvolver.


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