sábado, 20 de setembro de 2014

CARRÔ, PERSONAGEM DAKI

Ele, Carrô

Fé, perseverança e abacaxi dão a Carrô a certeza da dignidade*


Por Helcio Albano

Em algum ponto do já distante anos 1990 ouvimos um barulho de rodinhas arranhando o chão áspero de uma das tantas ruas do Porto Velho. Aos poucos, vê-se uma barraca de madeira meio bamba. Empurrando-a, aparentemente um sujeito meio parrudo, meio brucutu. A voz rouca do cara mais parece um trovão nos tímpanos e, à primeira audição, não passa nenhuma simpatia ao ouvido mais delicado de moça desavisada.

Na esquina da Júlio Reis com Ari Parreiras o nosso amigo finca a barraca. Era Carrô. O mistério acaba quando vemos pão, carne, ovo, bacon e frios deslizarem sobre a chapa quente. O cara acabara de entrar no ramo do fast-food. E lá se vão 21 anos desde o primeiro hamburguer servido, desde o primeiro cliente, desde a primeira maionese batida no velho liquidificador Britânia.

Seria mais um a montar um negócio próprio e não dar certo se não fosse Carrô. Acreditou no próprio trabalho e seguiu em frente, não sem antes tornar-se evangélico como opção a encarar todas as provações pelas quais passou até abandonar a informalidade e abrir uma lanchonete na mesma esquina da Júlio Reis onde tudo começou.

OMINIA VINCIT. Só o amor vence. Lembra? Frase que vinha em todos os álbuns da Legião Urbana, sua paixão, assim como o Club de Regatas Vasco da Gama.

E o abacaxi nisso tudo? Foi sugestão de um cliente goiano que se tornou a marca registrada do lanche do Carrô e símbolo do seu sucesso através do trabalho e da perseverança.

*Escrito originalmente em 2011 

Nenhum comentário:

Postar um comentário