segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

AGLIBERTO, O VOVOZINHO

Ele

Por Darc Freitas

Agliberto Mendes, o vovozinho, que administra um blog de mesmo nome, e a página no facebook Registro Geral, foi convidado para participar de nossa seção 'Entreface', que é um pinga-fogo com as personalidades que constroem a cidade de São Gonçalo. Esse editor que vos escreve enviou as perguntas e em vez de arrancar os cabelos fazendo o que menos gosta, cortar o texto, resolveu publicar na íntegra as respostas do vovozinho no blog. O pinga-fogo, editado, foi publicado em nossa página no face.

Crítico em relação à cidade, mas propositivo, Agliberto ainda vê São Gonçalo com politicas atrasadas e ultrapassadas, mas põe fé na rapaziada e no novo, o que ele chama de "Resistência Cultural de SG", muito presente nas midias alternativas martelando o poder público em busca de resultados concretos, como no caso da Fazenda Colubandê. Leia a entrevista.



O senhor  participa de diversas iniciativas culturais e políticas em São Gonçalo. Como avalia o panorama atual nessas áreas?

Entendo que o cenário ainda é muito difícil para o gonçalense. Convivemos com práticas políticas atrasadas e ultrapassadas que não contribuem para a evolução da Cidade. A questão do lixo, do método de publicação do Diário Oficial, o loteamento de diretorias de Unidades de Saúde e Escolas Públicas, o eterno poder dos empresários de ônibus, os péssimos resultados na área educacional, como atestam os índices oficias do IDEB, enfim, na administração pública de SG, quanto mais tudo muda, mais tudo é a mesma coisa.

Com relação à cultura, à história e a preservação do patrimônio público da cidade, não há verbas e tampouco interesse das autoridades públicas sobre o tema. A iluminação natalina nos custou 370 mil reais. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Cultura vai trabalhar, durante todo o ano de 2015, com menos de 200 mil reais, não há lógica, não é razoável.

Vamos lembrar da destruição da Casa da Umbanda, em Neves, do esquartejamento, ao custo de dois milhões de reais, da Praça Chico Mendes e o abandono da Fazenda Colubandê, nosso cartão postal. Como esquecer, também, a imoralidade e ilegalidade da operação “Praça Carlos Gianelli”, que contou com uma ajudinha da Justiça Estadual.

Aliás, cadê os dois milhões de reais prometidos por empresários e Prefeitura, para reurbanização da área de Alcântara, em troca da concessão do alvará de funcionamento para o Pátio Alcântara, alguém se lembra disso?


O seu Blog do Vovozinho promove a história e a memória da Cidade. O senhor acha que a produção de conhecimento sobre São Gonçalo ainda é pequena?

Eu acredito que sim, ainda não atende às necessidades. Mas por outro lado, acho que há um cenário novo e bem interessante. Estou falando de um vasto e rico universo de blogueiros, comunicadores populares e militantes ativistas que estão na trincheira de luta dos muitos que amam e respeitam São Gonçalo. Não há verbas, não há cargos, é um exército de beija- flores, é a “Resistência Cultural”. Isso é progressivo e quanto mais os elos dessa cadeia se interligarem, melhores e mais rápidos serão os resultados. 

A comunicação alternativa tem dado conta das enormes demandas da cidade? Como ela pode ajudar?

Dado conta de todas as demandas, não é tão simples, mas tem construido algumas vitórias. Poderia citar alguns exemplos, mas vou ficar apenas com a Fazenda Colubandê. Após o seu abandono, a iluminação natalina de 2013 foi conseguida como resultado da luta da sociedade civil resistente e organizada. Já agora, em 2014, a administração pública cumpriu com  o seu dever e a ornamentação saiu na paz, sem precisar brigar. Além disso, temos informações seguras de que, em breve, o espaço será, finalmente, revitalizado e cuidado. Essa é uma vitória de vários atores, vários personagens da “Resistência Cultural de SG”, mas nós, da comunicação alternativa, sabemos, com orgulho, que fizemos a nossa parte na construção dessa nova realidade. E a melhor forma de ajudar é compartilhando e propagando os eventos, negativos ou positivos, que julgamos importantes para a nossa Cidade, lembrando que somos livres para estabelecer a nossa pauta e não, obrigatoriamente, a pauta oficial, pois, na maioria das vezes, ela não é verdadeira.

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